Amigos, foram seis meses acompanhando (de longe infelizmente né) essa incrível viagem de Haroldo Castro e de seu filho Mikael Castro pelo leste da África. Foram vários posts da viagem, mas hoje trago por aqui , o que eles próprios chamam de os melhores momentos.
Para que ainda não teve o privilégio de ler as etapas todas, recomendo a leitura pelo link: http://colunas.epoca.globo.com/viajologia/2010/07/17/luzes-da-africa-termina-jornada-de-39-mil-km-por-18-paises/
E pra quem quiser saber que projeto foi esse: http://luzesdaafrica.com/
É isso aí. Boa leitura!!!!
SÁB , 17/7/2010 HAROLDO CASTRO GERAL TAGS: ETIÓPIA, LUZES DA ÁFRICA, MOÇAMBIQUE, SUDÃO, TANZÂNIA, UGANDA
A cada dia que passa, as Luzes da África passam a ficar mais tênues. Minha cabeça já começa a se conectar de volta com o Brasil. A cobra morde seu rabo e o ciclo de nossa aventura africana chega ao final.
Mikael e eu passamos mais de oito meses no continente e conseguimos realizar uma viagem fascinante! Desde que saímos de Hermanus (uma cidadezinha a 100 km da Cidade do Cabo), foram 201 dias de viagem; rodamos 39 mil km por 18 países. Visitas curtas em algumas nações pequenas, como Lesoto, Suazilândia e Burundi; longas semanas de descobertas no Quênia (39 dias), na Tanzânia (um mês), na Namíbia e na Etiópia (23 dias em cada). Sem contar nosso país anfitrião, a África do Sul, onde ziguezagueamos de cabo a rabo por mais de 6.000 km, o país onde percorremos a maior quilometragem foi a Etiópia (5.850 km).
Se eu transpusesse o desenho do trajeto percorrido na África para o continente americano, nosso périplo seriacomo ter saído de Buenos Aires (34º Sul, latitude semelhante a Cidade do Cabo) e chegado até Guadalajara, no México (21º Norte, a mesma latitude no norte do Sudão). Ida e volta! Essa comparação é a que mais me impressionou, foi muito chão mesmo!
Das 201 noites, dormimos 89 na barraca em cima do teto do carro (44%), 51 em pousadas de luxo como convidados, 38 na casa de amigos e 23 em hoteizinhos bem econômicos. Foram sete meses de granola e banana como café-da-manhã e de sanduíches de queijo com abacate e tomate como almoço. No início da viagem, cozinhamos bastante e preparamos alguns pratos vegetarianos deliciosos. No final, perdemos o pique, qualquer coisa serve.
Mikael clicou 38 mil fotos e eu 40 mil. Deu uma média de uma imagem por quilômetro, para cada um. Os países mais fotografados foram a Tanzânia (15 mil no total entre os dois), a Etiópia (13 mil) e a Namíbia (12 mil). Nem tudo foi um mar de rosas com o equipamento: perdemos uma câmera Nikon com objetiva para ladrões na Zâmbia e três lentes deixaram de funcionar.
E quais foram os melhores momentos? Em cada uma de nossas 15 etapas de viagem, fizemos uma lista das cinco experiências mais ricas e também das três mais desagradáveis. Temos, assim, dezenas de situações memoráveis. As que deixaram as melhores marcas e renderam as melhores imagens foram:
SUDÃO: conhecer as pirâmides e os templos da cultura faraônica do norte do país, às margens do grandioso Nilo.
ETIÓPIA: passar a Páscoa nas igrejas escavadas na pedra, em Lalibela, e compreender os rituais da igreja ortodoxa etíope.
UGANDA e RUANDA: caminhar na mata para encontrar um grupo de gorilas de montanha e passar uma hora a sete metros de distância dos animais.
TANZÂNIA: visitar os belíssimos parques Serengueti, Ngorogoro, Selous e Ruaha e assistir a cena raríssima de uma impala perdida ser devorada por sete leões famintos.
Houve também momentos mais difíceis. Além do roubo na Zâmbia, um mosquito me pegou de mal jeito em Uganda e, duas semanas depois, tive um acesso de malária em Ruanda. Fui bem tratado por um médico local, mas estive fora do ar durante quatro dias (e meio devagar por outros quatro). Minha melhor medicação: uma semana em um paraíso no norte de Moçambique. A pousada Nuarro, ao norte de Nacala, foi meu porto seguro. A beleza do local e a comida saudável me deram as forças que eu havia perdido com a crise da malária. A pousada é fruto da criatividade da brasileira Laura Carneiro, junto com seu parceiro inglês Steve e sua irmã Heloisa. Além de ser um lugar perfeito para descansar, Nuarro é também um paraíso para mergulhadores (os recifes estão em perfeito estado) e para os que buscam uma lua-de-mel fora do planeta Terra.
MOÇAMBIQUE: O vilarejo Baixo do Pinda fica a 3 km da pousada Nuarro e a vista do alto do farol compensa o esforço de subir os degraus.
Fonte: Época